quarta-feira, 22 de julho de 2009

Atlântico




Meu velho amigo, quanto tempo sem nos vermos... Fico feliz pelo recebimento.

Não deixaste de rugir as tuas ondas ao ver-me chegar.

Quanta saudade nas tuas brancas espumas...

quanto da essência um do outro encerramos...

E esse perfume tão característico que emanas a maresia...

Vejo que os teus gostos musicais não mudam, e alegro-me por isso. O coro de gaivotas e o chocalhar de búzios é a melhor banda sonora para um reencontro como o nosso...

Por vezes, nas minhas longas ausências, sinto o teu sabor nas lágrimas que verto ao ter-te longe, e ao mesmo tempo choro e sorrio.

Sorrio porque sei que sempre estarás aí à minha espera... e choro porque ter-te longe significa não só a distancia física que há entre nós, mas também de saudades pelo bem que me fazes... porque ter-te longe é sinónimo de estar longe de mim... de quem fui e de quem sou. O meu coração divide-se em mil pedacinhos cada vez que me afasto de ti.

Tenho pena de não ser intemporal como tu. A vida é breve para tantas ausências. Espero algum dia poder repousar bem perto das tuas lânguidas águas, num abraço tormentoso e alvoroçado, e por fim, reunir fisicamente as essências de nós os dois, que teimo em separar...

Até um dia, meu querido Atlântico...

2 comentários:

sideny disse...

Ola

Linda foto.

Palavras sentidas.

Força

Zé Ninguém disse...

Obrigado Sidney.
Muito sentidas mesmo, só mesmo os verdadeiros Lusitanos entendem este sentimento.
Espero lê-la mais vezes por cá!
Um beijinho
Zé Ninguém